Presos por fraudar concurso dos Bombeiros também fraudaram concurso do TJ

Presos por fraudar concurso dos Bombeiros também fraudaram concurso do TJ

17/11/2016 - 11:11

A Polícia Civil, através do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (GRECO) deflagrou nas primeiras horas da manhã de hoje uma operação, denominada Vigiles, para desarticular a quadrilha que fraudou o concurso do Corpo de Bombeiros do Piauí, ocorrido em 2014. Parte do grupo preso nesta ação já havia sido preso também na Operação Veritas, deflagrada no ano passado por fraudar o concurso do Tribunal de Justiça do Estado. Segundo o coordenador do GRECO, delegado Carlos César Camelo, foi a investigação da Operação Veritas que permitiu chegar aos presos de hoje da Operação Vigiles.

Estão sendo cumpridos 36 mandados de prisão, 35 mandados de condução coercitiva e 71 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça através do juiz Luiz de Moura Correia, da Central de Inquéritos de Teresina. Até o momento, 20 pessoas foram presas e estão sendo conduzidas para a sede da Academia de Polícia (Acadepol) onde são autuadas.

“São pessoas que fraudaram o certame e obtiveram o gabarito dos Bombeiros de forma irregular e através da mesma organização que fraudou o concurso do TJ. Alguns haviam sido liberados posteriormente à Operação Veritas por meio de ordem judicial e agora foram presos novamente envolvidos na organização criminosa do concurso dos Bombeiros”, explica o delegado Carlos César.

O delegado geral de Polícia Civil do Piauí, Riedel Batista, complementa a informação do GRECO e afirma que os acusados tanto da Operação Veritas quanto da Operação Vigiles são pessoas que vivem de tentar burlar concursos, alguns atuando como intermediários entre o candidato e os líderes do grupo, e outros obtendo e repassando os gabaritos. “Há envolvidos que são pagos só para responder as provas e gerar o gabarito mais correto possível. Geralmente pessoas que já tem certa experiência em certames, que já foram aprovados em outros. É uma quadrilha bem complexa”, diz Riedel.

A polícia conseguiu chegar aos supostos envolvidos no esquema através de material enviado pelo NUCEPE, que notificado da suspeita de fraude, identificou os candidatos que preencheram o gabarito de forma idêntica, algo que, segundo o GRECO, é quase impossível de acontecer. “É como as chances de duas pessoas desconhecidas apostarem exatamente os mesmos números na loteria. É quase zero a possibilidade de alguém preencher as mesmas alternativas que outro candidato numa prova e acertar e errar as mesmas questões”, explica o delegado.

Os alvos dos 36 mandados de prisão e dos 35 de condução coercitiva haviam sido aprovados no concurso e já estavam fazendo o curso de formação dos Bombeiros Militares. O PortalODia.com tentou contato com a Corporação para se pronunciar sobre as medidas a serem tomadas, mas nenhum representante foi encontrado até o momento.

Fonte: PORTAL O DIA