Quinze pessoas presas suspeitas de fraude em concursos públicos no Piauí estão soltas

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15/05/2017 - 17:37

O juiz Francisco Moura, da Central de Inquéritos de Teresina, converteu em medidas cautelares a prisão temporária de 15 pessoas que foram presas suspeitas de fraudar concursos públicos no estado. A quadrilha formada por policiais civis foi presa durante a Operação Infiltrados do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco) no dia 9 de maio. Ao todo foram cumpridos 23 mandados de prisão, 28 mandados de busca e apreensão que foram cumpridos em cidades do Piauí, Ceará e Pernambuco.

“O magistrado estabeleceu medidas cautelares para 15 suspeitos e somente uma prisão temporária foi convertida em preventiva. Até o momento, oito pessoas continuam presas enquanto as investigações seguem. O juiz entendeu que a liberdade destas pessoas não iria comprometer o trabalho da polícia e estabeleceu algumas restrições, como por exemplo, algumas pessoas não poderem viajar ou fazer concurso público”, detalhou o delegado Willame Moraes, coordenador do Greco.

Willame Moraes revelou ainda que o trabalho da polícia continua e não descarta a possibilidade de novas prisões acontecerem. A operação Infiltrados investiga fraudes no concurso público da Polícia Civil do Piauí em 2012.

Policiais podem ser expulsos
O corregedor da Polícia Civil do Piauí, Adolfo Cardoso, revelou que alguns dos 13 policiais civis suspeitos de fraude em concursos públicos respondiam a processos administrativos por má conduta e um deles por homicídio.

"Recolhemos as armas, munições, carregadores e carteiras dos 12 policiais civis presos na operação, já que um deles continua foragido. A maioria dos agentes era investigada por má conduta no exercício da profissão e um deles respondia processos administrativos graves, como homicídio culposo por atirar em um colega dentro da delegacia de Bom Jesus", comentou.

De acordo com a investigação, alguns policiais civis eram beneficiados com a fraude, outros forneciam informações privilegiadas ou faziam cobranças. Para ter acesso ao gabarito via SMS, os candidatos deveriam pagar o valor do salário de agente que era de R$ 2.500, multiplicado por 10. Ao todo era cobrado R$ 25 mil por pessoa, que deveriam ser pagos após aprovação no concurso.

Pela gravidade do crime de fraude, o corregedor acredita que os policiais podem ser expulsos. Após a conclusão do inquérito policial, ele vai abrir um processo administrativo e espera que o juiz afaste os investigados do serviço público.

Outras fraudes
Conforme a polícia, a Operação Infiltrados foi articulada ainda no ano passado a partir de delações de investigados na ação policial que prendeu suspeitos de fraudar o concurso do Tribunal de Justiça do Piauí. A partir das informações, foi realizada uma análise no gabarito do certame para agente da Polícia Civil, aplicada em 2012, e os beneficiados identificados.

De acordo com o delegado Kleydson Ferreira, as provas de seis candidatos foram comparadas e elas tinham o mesmo número de erros e acertos, isso foi primordial para que as prisões fossem solicitadas junto à Justiça. Além disso, a polícia também pediu a quebra do sigilo telefônico dos investigados.

Fonte: g1