Após dois anos, suspeito de liderar estupros em Castelo segue sem julgamento

Após dois anos, suspeito de liderar estupros em Castelo segue sem julgamento

29/05/2017 - 10:25

Neste sábado (27), completam-se dois anos desde que quatro adolescentes foram agredidas, estupradas e arremessadas do alto de um penhasco de cerca de 10 metros de altura, na cidade de Castelo do Piauí. Uma das jovens morreu 10 dias após o ocorrido. O acusado da sucessão de crimes é Adão José Silva Sousa, de 43 anos, que está preso há quase 24 meses e nunca foi julgado. Ele nega todas as acusações.


Além dele, quatro adolescentes foram condenados a cumprir medida socioeducativa por envolvimento nos crimes. Um deles foi assassinado pelos comparsas dentro de um alojamento no Centro Educacional Masculino (CEM), em Teresina. No início das investigações, dois deles chegaram a confessar o crime, mas disseram posteriormente que a confissão teria ocorrido por conta de agressões que teriam sofrido de policiais. A Justiça afirmou que não existiam sinais de violência na época do fato denunciado.


A primeira audiência de instrução e julgamento, que decide se o acusado vai ou não ser julgado por um júri popular, aconteceu em julho de 2016. Deveriam ter sido ouvidas 18 testemunhas de acusação e defesa. Posteriormente foram realizadas outras audiências, mas a fase ainda não foi finalizada porque faltam duas testemunhas serem ouvidas.

 

Para a TV Clube, o juiz Leonardo Brasileiro, que preside o processo, afirmou que o prazo para finalização da primeira etapa do julgamento se encerra em menos de duas semanas e que o processo seguirá após esse prazo, as testemunhas sendo escutadas ou não.

 

O Ministério Público denunciou Adão pelos crimes de estupro, feminicídio, tentativa de homicídio, associação criminosa, porte ilegal de arma e corrupção de menores. Na época da denúncia, o promotor titular do caso, Cesário Oliveira, pediu pena máxima de reclusão, que somada pode chegar a 151 anos.


Em sua defesa, Adão diz que no dia 27 de maio estava em Campo Maior, cidade distante de Castelo cerca de 100 km. Ele contou que foi para lá fugindo da polícia por ter assaltado e baleado a gerente de um posto de combustível, crime pelo qual já foi julgado e condenado.

 

 

Fonte: G1/PI