Piauí registra queda no índice geral de homicídios no 1º semestre

Piauí registra queda no índice geral de homicídios no 1º semestre

25/07/2017 - 07:26

Uma pesquisa realizada pelo Sindicado dos Policiais Civis do Piauí (Sinpolpi) apurou dados sobre os homicídios ocorridos no Estado no período que compreende os primeiros seis meses de 2017. Os dados do Instituto de Medicina Legal (IML) da capital também fazem parte da pesquisa.

O presidente do Sinpolpi, Constantino Júnior, afirma que essa pesquisa de homicídios já é realizada há alguns anos pelo sindicato, e destaca a importância dos dados divulgados para que tanto o governo quanto a sociedade tenham ciência sobre a atual situação da segurança no Estado.

"Os seis primeiros meses desse ano foram relativamente mais tranquilos quando analisamos todo o Piauí, mas a capital teve um aumento alarmante no número de atentados contra a vida. Queremos que as autoridades se alertem para isso, pois não podemos permitir que a criminalidade e assassinatos se tornem um fato corriqueiro no dia a dia da sociedade", comenta o presidente.

Segundo a pesquisa, nos primeiros seis meses do ano, o Piauí registrou 293 homicídios, mortes que, em sua grande maioria, são ocasionadas por discussões, acerto de contas ou reação a assaltos. O número atual apresenta uma queda visível quando comparado com os dados do mesmo período do ano passado, pois no primeiro semestre de 2016 o número ficou em 324 mortes.

Em análise, constatou-se que que cerca de 75% das pessoas que foram assassinadas são jovens de até 29 anos, e destes, a grande maioria são homens que são ou já foram envolvidos com algum tipo de crime.

Os números totais de cada mês mantêm certa semelhança, quando janeiro registrou 55 homicídios, fevereiro 47, março 49, abril 48, maio 51 e o mês de junho aponta para o total de 42 pessoas mortas em todo o Piauí.

Mulheres

O Sindicato também apurou que nos seis primeiros meses deste ano foi possível registrar a morte de 19 mulheres, e destes casos, apenas três não foram crimes passionais ou feminicídio - quando o companheiro ou pessoas que tenham ligação com a vítima praticam o ato por questões de gênero - os demais foram investigados e registrados como crimes de violência sexual ou passional.

No ano passado, nos seis primeiros meses do ano, o mês mais violento para as mulheres foi março, em que 10 foram assassinadas, no mesmo período deste ano foi possível registrar queda nos índices, já que cinco mulheres sofreram atendado contra a vida.

Teresina

Em contrapartida, enquanto os índices gerais do Estado registraram queda, os números em Teresina continuaram em crescimento. Em 2016 a capital teve o total de 178 atentados contra a vida, mas no primeiro semestre desse ano o número subiu para 215, sendo a grande maioria praticados por arma de fogo, um aumento de cerca de 21% nos índices.

Ainda sobre Teresina, os dados apontaram que no ano de 2016 a Zona Sul da cidade foi considerada a mais perigosa, pois obteve maior número nos registros de homicídios. Atualmente, os números apontam que a Zona Norte e Zona Sul lideram as estatísticas, seguidas pela Zona Leste, Sudeste e Centro.

Constantino Júnior alerta que esse aumento é o reflexo das condições que o governo do Estado está deixando a segurança pública.

"A crise da segurança pública não se limita apenas em Teresina e no Piauí, temos um problema generalizado em todo o país, e nossos representantes não estão dedicando atenção necessária para essa crise. Pessoas inocentes estão sendo mortas todos os dias, o policiamento investigativo e o ostensivo precisam ser reforçados, e as condições de trabalho precisam ser melhoradas. A segurança pública merece atenção especial", alerta o presidente.

Em todo o Estado, em 2016, o mês de janeiro foi considerado o mais violento do ano, pois totalizou 66 mortes oriundas de atentados contra a vida. Até o atual período de 2017, o mês mais violento também foi janeiro, com o total de 55 mortes.

Após Teresina, a segunda cidade mais populosa do Estado ficou também como a mais perigosa. Parnaíba registrou números elevados e frequentes de homicídios em todos os seis primeiros meses do ano, mas os meses de maio e junho foram os mais violentos na região do litoral. Além disso, os municípios de Piripiri, Picos e Alto Longá aparecem nas estatísticas com os maiores registros de assassinatos.

Fonte: MEIO NORTE