28 mulheres já foram mortas no Piauí neste ano

Foram divulgados na manhã desta segunda-feira (24) dados sobre a violência contra a mulher no Piauí. Segundo o estudo divulgado pelo Delegado João Marcelo, o risco de agressões a mulheres é quatro vezes maior que o risco de sofrer um acidente de trânsito. A informação foi dada durante uma reunião com representantes de vários órgãos da administração pública estadual para tratar sobre estratégias de enfrentamento a crimes de feminicídio e demais violências sofridas pelas mulheres no Piauí.

Os dados mostram ainda que 28 mulheres já foram mortas no Piauí em 2017 apenas pelo fato de serem mulheres. O número aponta para um crescimento em relação ao coeficiente de 2016, que registrou 54 casos. Além disso, foi identificado que o mês de setembro é o que possui o maior número de denúncias de violência contra a mulher.

Em relação a Teresina, os bairros Buenos Aires, zona Norte de Teresina, e Vale Quem Tem, zona Leste, obtiveram destaque nos casos de violência.

Para desenvolver melhor as políticas públicas, o governo vai criar uma câmara técnica para aplicar as diretrizes de enfrentamento à violência contra a mulher. “Esta reunião foi conclamada por movimentos de mulheres para reestruturar o Conselho Estadual de Defesa das Mulheres”, frisa Margarete Coelho, governadora em Exercício.

A Câmara faz parte do pacto de enfrentamento à violência e foi criada com decisões retiradas da Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres. Diante dos casos de feminicídio ocorridos no Piauí, nós precisamos unir esforços para mudarmos essa situação”, afirma Haldaci Regina, coordenadora estadual de políticas para as mulheres.

Para a Delegada Eugênia Villa, diretora de Gestão Interna da Secretaria da Segurança Pública do Piauí, é preciso conglomerar todas as esferas sociais no enfrentamento ao feminicídio. “Os hospitais precisam notificar compulsoriamente casos de violência doméstica, e na escola é preciso estar atento aos sinais que as crianças deixam passar. Nos postos de trabalho também há a necessidade desse cuidado, além da vizinhança, que pode denunciar através do aplicativo Salve Maria”, explica.

2012 – 70 casos

2015 – 67 casos

2016 – 54 casos

2017 – 28 casos (até junho)