Piripiri agora integra a região do semi-árido nordestino

Piripiri agora integra a região do semi-árido nordestino

04/08/2017 - 19:36

Município realizou uma feira toda especial para comemorar a inclusão

 

Nessa reportagem especial, a FM Imperial entrevistou duas personagens relacionadas a execução da Feira da Agricultura Familiar e que comentam sobre o processo de inclusão de Piripiri na região do semi-árido.

 

Claudina Oliveira e Antônio Soares, o Totonho, da Obra Kolping do Piauí e Território dos Cocais, respectivamente, falam de mais uma edição da Feira da Agricultura Familiar que aconteceu hoje na praça do Curumim, em Piripiri, e da inclusão do município de Piripiri como semi-árido. Totonho é também presidente do Território dos Cocais.

Claudina Oliveira, representante da diretoria da Obra Kolping do Piauí, no Território dos Cocais, fala a respeito de mais uma edição da Feira da Agricultura Familiar. A grande notícia é que o município de Piripiri foi incluído no semi-árido e é uma notícia boa para o território.

“É um prazer, a Obra Kolping presente mais uma vez aqui, da Feira Solidária, que já está consolidada no município, organizada pelos movimentos sociais aqui de Piripiri e com apoio da Obra Kolping Piauí; é uma satisfação muito grande. E a gente está comemorando nesse momento a inclusão do município de Piripiri nos municípios do semi-árido piauiense. A gente sabe que essa era uma luta incansável dos companheiros da Kolping de Piripiri, o companheiro Totonho, a representante do sindicato [STTR] Eunice.”

Claudina Oliveira explica a importância dessa inclusão em benefício das comunidades piripirienses:

“Era uma luta muito grande porque a gente percebia a necessidade do município de Piripiri ser atendido pelo programa de 1 milhão de cisternas e até então a gente não tinha esse benefício diretamente pelo programa, mas implantados cisternas pela Obra Kolping. E, hoje, a gente vê que Piripiri já está dentro dos municípios que será beneficiado mais intensamente com esse programa. A gente parabeniza o município de Piripiri, estão de parabéns por essa inclusão, desse município que merece toda a oportunidade para as pessoas do campo que não têm água que já está à espera de uma cisterna há muitos anos. Então os nossos parabéns e contem sempre com o apoio da Obra Kolping do Piauí.”

O Sr. Antônio Soares, o conhecido Totonho, atual presidente do Território dos Cocais, comenta sobre a luta do sindicato nos últimos dois anos, conseguindo êxito com a inclusão de Piripiri no território do semi-árido:

“Esse momento nós estamos aqui em mais uma edição da feira, aqui me ‘alembrando’ como foi a primeira feira da edição de agosto do ano passado e olhando a feira de hoje: a diferença é muito grande! Devido o inverno e devido também ao pessoal que abraçou a feira de uma forma muito legal, tanto os que vendem quanto os que compram. Isso é muito importante.”

O Sr. Totonho apresenta também a complexidade em torno dessa questão de inclusão do município de Piripiri no semi-árido, no que ela influencia:

“Nós temos que compreender essa questão do semi-árido. Então nós conseguimos documentos através da FUNCEME, que foi uma fundação do Ceará, que veio fazer um trabalho aqui; fomos buscar documentos na ASA Brasil, não tinha ainda. Nós fomos juntando as peças. Nós fomos em todo programa de rádio veiculado em Piripiri através da Itamaraty e de outras emissoras, nós nunca deixamos de fora essa pauta semi-árido. Até porque nós sabemos que quem está incluído no semi-árido tem diferença! Nos juros do PRONAF, tem diferença no Garantia Safra, tem diferença no atendimento da população de forma geral, principalmente as pessoas rurícolas, do interior, que estão produzindo na terra. Então: nós temos diferença no pagamento da propriedade através de assentamento, nós temos diferenças muito grandes. E fomos conseguindo juntar outras peças.”

Mais adiante, Sr. Totonho explica os procedimentos necessários para auxiliar na consolidação dessa proposição de inclusão de Piripiri no mapa do semi-árido:

“Nós fomos criar cooperativa, nós fomos criar uma feira, nós fomos lutar pela criação de outros instrumentos e até que ultimamente criamos a Obra Kolping Piripiri, que é um instrumento muito importante que trabalha com as forças políticas solidárias e por último ainda conseguimos a certificação quilombola do Marinheiro, Vaquejador e Suçuarana. Isso para nós conseguirmos provar que Piripiri é um município que tem todas as características para isso acontecer. Embora a gente não tenha um sistema político para esse fim, mas o sistema político sindical é preparado.

Então nós tivemos com o advento da eleição que elegeu Eunice aqui no sindicato [STTR] para que ela possa coordenar, aí foi bom porque a mesma pauta que eu tinha, o mesmo espírito de luta que eu tinha e que eu tenho, ela com a ‘companheirada’ que está mais ela, também pegaram a mesma pauta. Quando foi há uns dois anos atrás foi feito um documento da ASA Brasil colocando outra possibilidade de prova, que Piripiri, por um sistema de pluviometria também caindo o sistema das chuvas e aí nós conseguimos provar e graças a Deus, agora, semana passada, nós conseguimos ser atendidos, Piripiri passa a fazer parte do semi-árido brasileiro e nordestino.”

Por fim, Sr. Totonho expõe a questão das políticas públicas e territoriais ligadas a essa inclusão do município de Piripiri na região do semi-árido na prática:

“E aí com isso nós estamos comemorando de uma forma especial e as pessoas dizem assim: estão alegres? Porque muita gente não entende. É importante nós termos que aprender a conviver com as realidades hídricas; nós temos que aprender as atividades que o semi-árido trabalha. Lá em Picos, São Raimundo Nonato, São João do Piauí, Pedro II, Piripiri também. E dessa vez entrou no nosso território: entrou o município de Batalha, entrou o município de Piripiri e outros municípios vários de outros territórios.

Então, para nós é importante, graças a Deus, estamos felicíssimos. E agora além de noticiar vamos buscar as políticas de Piripiri, ter um direito. Inclusive o sistema público municipal, o executivo, o legislativo, tem que se apropriar dessa política porque ela é importante porque ela traz melhoras para o campo e melhoras para a cidade também. Se melhorar o campo, melhora a cidade.” 

Fonte: REDAÇÃO