Operação Escamoteamento: servidores públicos faziam parte de cartel de empresas

Operação Escamoteamento: servidores públicos faziam parte de cartel de empresas

24/10/2017 - 20:34

Na manhã desta terça-feira (24), aconteceu na Delegacia Geral de Teresina, a coletiva de imprensa com mais informações sobre a deflagração da segunda fase da Operação Escamoteamento. Na ocasião os nomes dos três presos foram divulgados. São eles: Raimundo Nonato Ribeiro Franco Primo, John Brendan Oliveira e Rodolfo Rodrigo Cardoso e Silva. 

Estavam na coletiva o delegado Rieldel Batista, a Promotora Luana Azeredo, a superintendente da Controladoria-Geral da União (CGU-PI), Erika Lobo, o e secretário de controle externo do Tribunal de Contas da União (TCU-PI), Luis Emídio Passos e o diretor de informações estratégicas e combate a corrupção do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI), Jose Inaldo de Oliveira.

Depois da análise do material apreendido, foram realizadas as oitivas dos investigados, analisadas quebras de sigilo bancário, resultados de interceptações telefornicas que resultaram no inicio da segunda fase da operação. Logo em seguida foi confirmada a participação de servidores públicos no esquema de fraudes de licitação pública, lavagem de dinheiro, organização criminosa e crimes contra administração pública.

“Outras empresas, depois de enraizadas no município de Cocal, passaram a vincular outras empresas ao município, isso gera uma situação de anormalidade, isso seguramente não é uma coisa comum, demonstrando que essas empresas no mesmo horizonte do município se materializassem num cartel de empresas, o que efetivamente se confirmou depois” explica o diretor de informações estratégicas e combate a corrupção TCE-PI, Jose Inaldo de Oliveira.

Prisão e participações

Foram presos nesta manhã Rodolfo Rodrigo Cardoso e Silva, Raimundo Nonato Ribeiro Franco Primo e John Brendan Brito Oliveira.

Durante as investigações foi constatado vínculo próximo de Rodolfo Rodrigo com o prefeito de Cocal Rubens Vieira (PSDB). Segundo informações coletadas através da colaboração premiada, ele é o responsável pelo recebimento da propina e repasse a gestores municipais de Cocal.

”Existem indícios fortes da participação do prefeito de Cocal, Rubens Vieira, no esquema criminoso. O prefeito está sendo investigado desde a primeira fase. Pra ele ser investigado houve necessariamente a autorização do procurador Geral de Justiça” afirma a promotora Luana.

Raimundo Nonato foi membro da comissão permanente de licitação do município de Cocal, juntamente com o John Brendan, que foi presidente da comissão permanente de licitação. Eles incluíam clausulas em contratos que beneficiavam diretamente as empresas que faziam parte do cartel comandado pelo empresário Carlos Kenedy, que está preso e administrava todas essas empresas.

Colaboração premiada

A denunciada e atualmente ré Ana Carolina Portela fez a colaboração premiada, onde deu informações aos investigadores sobre o esquema interno que acontecia no cartel de empresas que fraudavam a licitação no município de Cocal.

“Ana Carolina é empresaria, e decidiu fazer a colaboração premiada. Foi beneficiada com alguns benefícios previstos em lei e suas declarações são muito valiosas e esclarecem o modus operandi da organização criminosa, divisões de tarefas e a direção da organização criminosa. Ela apontou a participação de diversos servidores municipais” conta a promotora Luana Azeredo.

Estão foragidos o secretário municipal de saúde de Cocal, Jefse Rodrigues Vinute, o empresário da Imediata Construções, Francisco Elânio Moreira de Arruda, que sucedeu Carlos Kenedy na direção da organização criminosa, e o empresário da L J Construções e Serviços Lindomar Sousa Nunes.

Os representantes dos órgãos envolvidos nas investigações afirmam que as investigações continuam e devem ser esclarecidos mais detalhes futuramente, pois novos investigados apareceram durante essa segunda fase.

 

 

Fonte: portalaz.com