Programa suspeito de ter sido usado em ataque no WhatsApp foi criado por empresa polêmica

Programa suspeito de ter sido usado em ataque no WhatsApp foi criado por empresa

15/05/2019 - 08:58

brecha nas chamadas de áudio do WhatsApp, confirmada pela empresa nesta terça-feira (14), trouxe à tona também o NSO Group, uma pouco conhecida empresa de cibersegurança israelense.

Foto: REUTERS/Thomas White

O grupo é responsável pelo software espião Pegasus, capaz de coletar quase todas as informações de um celular — ligações, câmera, contatos e mensagens, entre outros. O programa teria sido usado por hackers na falha no Whatsapp. A NSO nega envolvimento no caso.

Pesquisadores afirmam que o ataque tem “todas as características de uma empresa privada que supostamente trabalha com os governos” para entregar um spyware que assume as funções dos sistemas operacionais de telefonia móvel.

Em nota ao G1, um porta-voz do NSO Group disse que a empresa vende o Pegasus, mas não opera o sistema. A venda se dá, segundo o porta-voz, depois de uma "rigorosa análise" dos compradores, exclusivamente para governos e para agentes de segurança de Estados que investigam e combatem criminosos e terroristas.

“Agentes da lei e de inteligência determinam como usar a tecnologia para suporte a missões de segurança pública. Nós investigamos qualquer alegação crível de mal uso e, se necessário, tomamos ação, incluindo a derrubada do sistema”, disse o porta-voz.

O software é capaz de monitorar a troca de mensagens do smartphone atingido e até de permitir ao invasor acessar o GPS do aparelho, mostrando onde o dono do celular esteve. Gravar imagens e áudios usando câmera e microfone do aparelho também estão na lista do que o Pegasus é capaz de fazer.

Por ser tão poderoso e específico, estima-se que o Pegasus seja negociado por milhões de dólares. De acordo com a agência Reuters, em 2015, o NSO tinha vendas anuais de mais de US$ 75 milhões.

Fonte: g1