Chikungunya pode levar a encefalite e problemas neurológicos

Casos graves são mais raros mas podem provocar inflamações

18/06/2022 - 09:14

A chikungunya é uma arbovirose causada pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que causa a dengue. Ao contrário da virose mais famosa, que dá nome ao "mosquito da dengue", a chikungunya costuma ser menos letal. Mas é possível que o vírus provoque graves inflamações no sistema nervoso central, podendo levar à morte.

O Piauí identificou, clinicamente, a primeira morte por chikungunya no Estado em 2022. James Kauê Sousa e Silva, de 14 anos, de Jaicós, morreu sob suspeita da doença no Hospital Regional Justino Luz, em Picos, no dia 3 de junho, e teve confirmação clínica para chikungunya no dia 13.

A infectologista Elna Amaral explica como a doença pode evoluir para casos graves. "O vírus da chikungunya, especificamente, vai provocar uma inflamação generalizada no organismo. Daí os sintomas de febre, dor de cabeça e mal estar. Além disso, existe uma facilidade de processo inflamatório nas articulações. São dores nas juntas de forma mais localizada. Mas que também podem inflamar o sistema nervoso", explica.

A médica revela que a prevalência do vírus da chikungunya tem feito aparecer casos graves da doença, que costumam ser mais raros. 

Sequelas

De acordo com a médica, os pacientes podem ficar curados em casos de encefalite, mas é comum que restam sequelas físicas. O paciente pode deixar de caminhar, ficar com sequela auditiva, visual, na fala e ter alterações neurológicas. O paciente 100% recuperado após um caso grave também é uma possibilidade.

Síndrome de Guillain-Barré e sequelas físicas

Outra complicação que o chikungunya pode provocar é a Síndrome de Guillain–Barré, que altera o sistema nervoso central de forma determinante. "A pessoa vai perdendo a força dos membros, geralmente começa nas pernas até os braços. A maior preocupação nessa situação é perder a força da respiração, que pode levar à maior gravidade", explica a infectologista Elna Amaral.

A principal sequela é a alteração articular. Isso limita a funcionalidade da articulação, impedindo, inclusive, a mobilidade. A pessoa pode ficar sem conseguir caminhar por um bom tempo, caminhar mancando e não consegue fazer atividade física porque a articulação está sempre inflamada. "Dependendo da idade, a pessoa pode ficar um bom tempo acamada. Nesse caso, entra uma medicação mais potente por um longo período para recuperar a articulação", aponta Elna.

Fonte: MEIO NORTE