170 municípios piauienses não têm acesso à informações locais

Pesquisa realizada pelo Atlas da Notícia mostra que Piauí é o estado brasileiro

26/09/2023 - 09:45

Você já imaginou morar em um local onde não há acesso à informações da sua cidade, bairro ou comunidade? Essa é a realidade de milhares de pessoas que vivem em municípios considerados “desertos de noticias”. No cenário midiático brasileiro, os desertos de notícias são regiões desprovidas de veículos de comunicação locais, como rádios, TVs, sites e impressos, o que priva a população de ter acesso a informações sobre o que ocorre em seu entorno.

No Piauí, esse problema é acentuado. Segundo levantamento recente realizado pelo Atlas da Notícia, o estado é o maior do Brasil em números de desertos de notícias. Em mais de 76% do município, as pessoas não possuem acesso a notícias locais produzidas por veículos de suas próprias regiões. Esse vácuo informativo compromete o acesso a conteúdos, tornando as populações mais vulneráveis a notícias falsas, por exemplo.

De acordo com o último censo, dos 224 municípios piauienses, 172 deles carecem de qualquer veículo de comunicação local. A falta de perspectiva monetária da população e a escassez de políticas públicas são fatores intrínsecos que contribuem para a existência desses desertos de notícias.

Os especialistas destacam que os desertos de notícias atacam diretamente a chamada “cidadania midiática”, que diz respeito à liberdade de opinião e de expressão da vontade política, através do acesso à informação. Sem isso, a população não consegue saber, por exemplo, quem são os candidatos às prefeituras dos municípios e quais são as suas propostas de governo.

Atualmente, mais da metade dos municípios brasileiros ainda são considerados desertos de notícias, sem acesso a meios jornalísticos locais. O Atlas da Notícia revela que 51% dos 5.570 municípios brasileiros carecem de veículos de comunicação, afetando 30 milhões de pessoas. Além disso, 30% desses municípios, onde habitam 34 milhões de brasileiros, possuem apenas um ou dois veículos de comunicação, correndo o risco de se tornarem desertos.

Fonte: O DIA