PEDRO II, Cidade imperial

Pedro II nasceu com a denominação de Pequizeiro, no final do século XVIII. O antigo povoado Pequizeiro, pela lei provincial nº 295, de 22 de agosto de 1851, foi elevado à freguezia de Matões, sua denominação de então, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição. Em 1855, ano de sua instalação, a Resolução nº 394, de 14 de dezembro, concedeu a Serra dos Matões para constituir o patrimônio da Câmara Municipal.

Pela Lei provincial nº 432, de 10 de julho de 1857, foi o termo de Pedro II, desmembrado da Comarca de Parnaíba e reunido ao de Piracuruca, constituindo uma nova Comarca, com sede neste último termo. A Lei nº 892, de 15 de junho de 1875, elevou Pedro II, à categoria de Comarca, reunindo o seu e o termo de Piripiri (Leis Provinciais do Piauí - Índice Alfabético).

A denominação de Pedro II foi dada, no ato de sua elevação à Vila, numa homenagem ao então Imperador do Brasil. Com a queda do Império e "por injustificáveis paixões políticas, através de Decreto nº 2, de 28 de dezembro de 1889, a vila e município de Pedro II, perderam este nome para voltar a sua anterior denominação de Matões, até o ano de 1891, quando por Decreto nº 50, de 21 de fevereiro, foi à vila elevada à categoria de cidade, agora sob a denominação de Itamarati, em homenagem ao Palácio da Presidência da República. Pela Lei nº 641, de 13 de julho de 1811, foi finalmente, restabelecida a denominação de Pedro II (Monografia dos Municípios Piauienses) - Departamento Estadual de Estatística - Diário Oficial do Estado nº 49, de 06/07/1954.

Segundo se colhe de publicações que não indicam as fontes primárias da pesquisa, Pedro II "teve como principal fundador, segundo um número do jornal "Piauí", de julho de 1893, o cidadão João Alves Pereira que, no fim do século XVIII, aqui se estabelecera com os seus irmãos e companheiros - Abel Pereira dos Santos, Manoel de Castro, Domingos Pereira dos Santos, Albino Pereira dos Santos e Antônio Pereira da Silva, todos de origem portuguesa.

De acordo com estes, edificou uma pequena Capela, consagrada a Nossa Senhora da Conceição, pedindo, de Portugal, uma imagem da Santíssima Virgem, a quem fez a doação de um e meio quilômetro de terras para o seu patrimônio", ("Dom Pedro II" - Corinto Andrade - Tipografia "O Piauí" - 1925)

Trecho do Livro "Coleção Itamaraty" de José Eduardo Pereira Teresina - Piauí - 1986

 Casarão do Cel. Domingos Mourão Filho

Conhecido como Solar da Estrela Marrom, na década de 30 este casarão foi bombardeado por ordem do governo federal da época.

Ainda hoje, a decoração da casa é composta de móveis e utensílios da época de sua construção.

Nele, escontra-se também o primeiro rádio a chegar na cidade, através do qual, na época, o repórter Esso divulgava o início da segunda guerra mundial.

"...Nascido no dia 14 de dezembro de 1891, na cidade de Pedro II, onde viveu durante toda a sua vida, era filho do Comendador Domingos da Silva Mourão e Dona Antônia Mendes Mourão.


Por Decreto de 11 de novembro de 1914, do Presidente Venceslau Bras, foi nomeado para o posto de Capitão da 14, Brigada de Infantaria da Guarda Nacional, da Comarca de Itamaraty, antiga denominação do Município de Pedro II. Em Janeiro de 1914, assumiu o cargo de intendente (Prefeito Municipal), cargo que exerceu outras vezes, além de exercer mandatos de vereador, e, nesta condição, ocupar a Presidência da Câmara Municipal.


Dotado de um temperamento, que se manifestava nas corajosas posições, que adotava, na qualidade de homem público e chefe político. Mourão Filho figura na galeria dos últimos "coronéis" da história política de nosso Estado, portanto, dos mais autênticos líderes piauienses da primeira república.


Apesar disto, de sua enorme coragem pessoal e atitudes muito afirmativas, que marcaram tantos episódios violentos de que foi protagonista, o Coronel Domingos Mourão Filho possuía paradoxalmente, extraordinária fidalguia no trato com as pessoas, fossem simples caboclos moradores do interior ou homens importantes no cenário político.


A história do município de Pedro II, a partir da primeira década deste século, registra marcante participação desse ilustre filho em todos os setores, até quando a morte o alcançou, em 23 de junho de 1968, na condição de Coletor Federal aposentado.


Foi um dos mais ostensivos defensores da criação do Município de Olho Dágua Grande. em cuja instalação estive presente, José Eduardo Pereira na qualidade de Chefe do Gabinete Civil, em exercício, e representante do Governador Tibério Nunes, ocorrida, sob a presidência do então Juiz de Direito, dr. Adolfo Uchôa Filho, em 29 de dezembro de 1963.


Tanto lhe reconheceu os relevantes serviços que lhe prestou e ao município, que o povo de Olho Dágua Grande, através da Resolução nº 01/70, da Câmara de Vereadores, decidiu mudar para Domingos Mourão o nome do município, que veio a se formalizar pela Lei estadual nº 3.188, de 08 de junho de 1973.
A vida de Domingos Mourão Filho, tão rica de fatos e episódios importantes e exemplos dignificantes, comporta mais que um simples artigo de pequenas dimensões..."


Fazemos contudo, um esforço de síntese, para prestar à sua memória, uma homenagem de respeito e inesquecível lembrança.


José Eduardo Pereira - Coluna "Temas e Problemas Atuais" O Dia - Teresina de 1978
Texto extraído do livro de José Eduardo Pereira - Coleção Itamaraty - 1986