‘Laranjas’ e ‘fakes’ serão maiores desafios da eleição de 2020
‘Laranjas’ e ‘fakes’ serão maiores desafios da eleição de 2020
23/11/2019 - 10:45
A Justiça eleitoral terá preocupações especiais nas eleições do próximo ano, em um cenário que desde já se coloca complicado pela polarização pelos extremos em que o debate é menos presente. Será um cenário de bate-boca acirrado com possibilidades de enfrentamentos para além do verbal. Mas essa será apenas uma das preocupações da Justiça, e talvez esteja longe de ser a maior – já que o embate físico ou verbal é visível e passível de medidas objetivas algo padronizadas. O que deve tirar o sono da Justiça Eleitoral são fenômenos que correm no subterrâneo, como as fake news e o uso de laranjas para utilização dos recursos de campanha.
Os laranjas se tornaram uma presença nas listas de candidaturas a partir da exigência de pelo menos 30% de mulheres entre os postulantes. A partir daí, muitas apareciam na lista para constar – tanto que depois não recebiam um único voto, sequer o próprio. O laranjal piorou a partir do ano passado, quando se estabeleceu o financiamento público e a Justiça determinou que também pelo menos 30% desses recursos deveriam atender às candidaturas femininas. Aí a burla se multiplicou: além do estatístico, o financeiro, já que muitas candidaturas recebiam a grana no oficial e repassavam para candidaturas masculinas por debaixo dos panos.
O alerta para a gravidade desse fenômeno foi dado pela nova Procuradora Eleitoral do Rio de Janeiro, Silvana Batini. E ela reverbera um sentimento que está instalado na mente dos ministros do TSE: é preciso ser duro com esse tipo de burla. E a recomendação é simples: a comprovação do uso de candidaturas laranjas deve gerar a reação imediata na forma de cassação de toda a chapa envolvida.