Rússia concederá registro para a primeira vacina contra o coronavírus no dia 12
Rússia concederá registro para a primeira vacina contra o coronavírus no dia 12
07/08/2020 - 14:18
A Rússia irá conceder o registro para a primeira vacina contra o novo coronavírus no dia 12 de agosto. O anúncio foi feito pelo vice-ministro da Saúde do país, Oleg Gridnev, nesta sexta, 7. Profissionais de saúde e idosos terão prioridade na imunização.
Foto: Roberta Aline/ Cidadeverde.com
O Instituto Gamaleya de Epidemiologia e Microbiologia, localizado em Moscou, está trabalhando em uma vacina baseada em tipo de vírus chamado adenovírus. Nesta tecnologia, parte do vírus é coletada e modificada geneticamente para produzir proteínas do coronavírus.
"O registro da vacina desenvolvida no Gamaleya Center ocorrerá em 12 de agosto. Agora, o último estágio, o terceiro, está em andamento. Esta parte do teste é extremamente importante. Temos que entender que a vacina em si deve ser segura", disse Gridnev
Na semana passada, Tatiana Golikova, vice-primeira-ministra da Rússia, afirmou que o imunizante teria registro com a condição de "outro ensaio clínico para 1.600 pessoas ser realizado" em seguida.
O ministro da Saúde da Rússia, Mikhail Murashko, anunciou que o programa do governo de vacinação em massa está previsto para começar em outubro.
A velocidade dos ensaios clínicos e a falta de transparência na divulgação dos resultados geram dúvidas dos especialistas. Natalia Pasternak, pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da USP e presidente do Instituto Questão de Ciência, lembra que as pesquisas russas não foram divulgadas em nenhuma publicação científica.
"A fabricação de uma vacina é um processo lento, que já está sendo acelerado. É um processo que leva mais ou menos oito anos. Estamos tentando fazer em dois anos. Agora, a Rússia divulga um estudo concluído em seis meses. Não dá tempo. Não há como eles terem feito isso e testado em fase 3, como as outras que estão sendo testadas no Brasil", compara a especialista.
A vacina Coronavac, parceria do Instituto Butantã com a empresa chinesa Sinovac Biotech e que está sendo testada em voluntários brasileiros, vai precisar de 90 dias para concluir a fase 3.