Com medidas de restrição, Piauí tem nova queda no índice de transmissibilidade da Covid-19

O índice de transmissibilidade do novo coronavírus segue em redução no Piauí, segundo a última análise de dados realizada pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs), da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), referente ao período de 14 a 20 de março. Apesar dessa redução, o colapso do sistema de saúde causa impacto no aumento da letalidade.

O relatório mostra a análise da semana epidemiológica 11 (14 a 20 de março), na qual o índice de transmissibilidade verificado foi de 1,14, enquanto a semana anterior registrou o índice de 1,33. O atual índice significa que cem pessoas infectadas estão transmitindo para outras 114 pessoas.

Ester Miranda, analista do Cievs, explicou que a redução na transmissibilidade é uma resposta à adoção de medidas restritivas pelo Governo do Estado para conter a segunda onda de propagação do vírus, porém não desconsidera a situação crítica em que o estado se encontra. “Embora o número de novos casos ainda esteja crescendo, a cada semana epidemiológica, o R0 está diminuindo com as medidas adotadas pelo governo. Apesar de ainda não estarmos na situação desejada, está havendo uma diminuição gradual desse R0, após as medidas ampliadas de distanciamento social, o que nos mostra que, em termos da transmissão, essas medidas têm sido eficazes”, ressaltou Ester.

Letalidade

O relatório revela ainda que o índice de letalidade da Covid-19 no Piauí continua em crescimento, saiu de 2,5 na semana anterior para 2,6 nesta semana. “Como o sistema de saúde já está no limite, infelizmente, ainda teremos uma sobrecarga desse sistema até abril”, frisou a analista.

“A colaboração da população nesse momento é fundamental para que o índice de transmissibilidade continue diminuindo, o ideal é que esteja abaixo de 1 novamente. A tendência é de que se continuarmos com as medidas mais rígidas de distanciamento social, teremos em aproximadamente duas a três semanas um índice de transmissibilidade abaixo de 1, que é o que precisamos para conter a pandemia”, completou Ester.