Cerca de 10% da população piauiense se declara LGBTQIA+

São aproximadamente 320 mil pessoas

28/06/2023 - 09:47

Neste dia 28 de junho se celebra o Dia do Orgulho. Foi neste mesmo dia, no ano de 1969, que se deu um dos marcos do movimento LGBTQIAPN+. Alegando que iriam fiscalizar a venda de bebidas alcoólicas, um grupo de policiais entrou em um bar LGBT localizado em Nova York. Usando a força, eles começaram a prender os frequentadores do local. O episódio causou uma revolta que terminou em um protesto espalhado por toda a cidade. Nas manifestações, as pessoas demonstravam o orgulho de ser quem eram mesmo diante do preconceito e da violência de alguns grupos.

Hoje, 54 anos depois da Revolta de Stonewall, alguns avanços vieram, mas o caminho a ser percorrido pela igualdade de direitos, o reconhecimento e a equidade social ainda é grande. Isso se reflete em números. Somente no ano de 2022 no Piauí foram registradas 342 ocorrências criminais em que as vítimas eram da comunidade LGBTQIAPN+. O dado é da Secretaria Estadual de Segurança Pública.

Destas 342 ocorrências, 125 foram crimes de ameaça, 200 foram crimes de roubo, 59 foram por injúria, 11 foram crimes de stalking (perseguição) e duas foram casos de importunação sexual. Também fazem parte destas estatísticas as mortes violentas intencionais. O Piauí teve quatro assassinatos de pessoas LGBTQIAPN+ em 2022.

Os dados são preocupantes, levando em consideração o contingente populacional LGBTQIAPN+ no Piauí. De acordo com o Grupo Matizes, organização da sociedade civil para defesa dos direitos LGBT, o Estado conta com uma população de 320 mil pessoas na comunidade. O número representa cerca de 10% de toda a população piauiense.

Violência acentuada ainda é um grande problema

A comunidade LGBT é uma parcela social que muitas vezes se encontra à margem das políticas públicas de inclusão e acabam por se tornar invisíveis aos olhos da sociedade de uma maneira geral. O Grupo Matizes, por exemplo, denuncia a falta de dados mais confiáveis acerca da população LGBT no Piauí.

 

Fonte: O DIA