PEC pelo fim da escala 6x1 ganha apoio popular nas redes sociais

A coleta de assinaturas para a proposta de emenda à Constituição precisa de 171

11/11/2024 - 09:36

Proposta foi apresentada pela deputada Erika Hilton, do PSOL

A proposta de emenda à Constituição (PEC) para acabar com a jornada de trabalho 6x1, que exige que os trabalhadores cumpram seis dias de serviço e tenham apenas um dia de descanso semanal, ganhou destaque nas redes sociais e gerou um apoio popular expressivo durante o fim de semana.

Até o momento, um abaixo-assinado online reuniu mais de 1,3 milhão de assinaturas, enquanto a PEC, apresentada pela deputada Erika Hilton (PSol-SP) e formulada pelo movimento Vida Além do Trabalho (VAT), precisa de 171 assinaturas de deputados para seguir adiante, mas conta com apenas 71 apoios até agora.

A proposta visa modificar a Constituição para permitir novas formas de organização da jornada de trabalho, como a escala 4x3, e mudar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que atualmente exige um dia de descanso para o trabalhador. A PEC se torna relevante em setores como o comércio e a indústria, onde a jornada 6x1 é comum, mas considerada exaustiva por defensores da mudança.

Apesar da pressão nas redes sociais e do apoio popular, a PEC enfrenta resistência na Câmara dos Deputados, especialmente por parte de partidos de direita e de setores mais conservadores. Embora todos os deputados do PSol tenham apoiado a medida, apenas 37 dos 68 deputados do PT seguiram a mesma linha, o que reflete uma falta de consenso mesmo dentro da esquerda.

Críticos da proposta argumentam que a medida pode sobrecarregar as empresas, que precisariam contratar mais funcionários para cobrir os turnos, resultando em maiores custos operacionais. A deputada Erika Hilton, no entanto, defende que a mudança resultaria em benefícios para a produtividade dos trabalhadores, com base em estudos internacionais que mostram a eficácia da redução das jornadas de trabalho.

A PEC ainda está na fase de coleta de assinaturas e, caso consiga o número necessário de apoios, será encaminhada à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados para análise. O texto terá que passar por várias etapas legislativas antes de ser aprovado, incluindo a Comissão de Constituição e Justiça e uma Comissão Especial, além de precisar do voto favorável de três quintos dos deputados e senadores.

Nas redes sociais, o tema gerou discussões acaloradas. No sábado, a hashtag contra a escala 6x1 foi uma das mais comentadas, com críticas a parlamentares que não apoiaram a PEC, como os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que foram alvos de cobrança por parte de seus seguidores, que apontaram a diferença entre os dias de trabalho dos parlamentares e a realidade dos eleitores.

 

Fonte: portal az